Me casei duas vezes. Minha primeira mulher fora a mulher da minha vida. A perdi para outra. Ela julgou-me que não era boa o suficiente para ela, mas a outra também não fora. Nem a outra, nem a outra...
Sofri por ela. Fui eu quem mais lutei contra essa sua doença, enquanto ela não parecia fazer esforços para mudar. Apesar de tudo, ela foi a mulher mais encantadora que eu conheci. Era uma boa moça que se perdeu na vida, vítima da sua insatisfação. Um desperdício. Nunca compreendera que tinha o suficiente. Nunca fora feliz, para ela. Era linda, mas achava-se feia. E o tempo a tornou tudo o que pensava ser.
Vive sozinha em sua pequena ilusão.
No fim não sabe - como poderia? - mas vai ver é isso que a satisfaz: ser insatisfeita.
A segunda foi um erro de quem não aprende. Na verdade, é um erro chama-la de erro, mas é igual a todas as mulheres que conheci.
Apesar de tudo, não me incomoda. Já fomos muito apaixonadas, construímos muitas coisas.
Viver ao lado dela não é bom, nem é ruim. Viver ao lado dela é viver ao lado dela. E prefiro assim. Agora no fim da vida não tenho mais ânimo e não tenho mais alma para procurar e viver um novo amor.
Isso é privilégio da juventude. De quem ainda tem muito que machucar-se para celebrar poucos instantes de amor. E no final descobrir que nada sabe, nada valeu, nada viveu.
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